quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sobre o sexo


Ando muito influenciada por um livro de Carlos Drummond de Andrade entitulado ''O amor natural'',o qual fui ter mais contato através do maravilhoso blog (que eu recomendo muito) do querido Luigi (http://luigilopes.blogspot.com/).Trata-se de um livro póstumo com poesias eróticas de Drummond,o que vale muito a pena ler,pois Drummond fala de sexo de forma muito descontraída e natural,sem perder a sensualidade e de uma forma muito transparente.Esta tem sido minha leitura esses últimos dias,e pensando nisso escrevi estas linhas que saíram do forno direto aqui para o HORAS.
Não sou nenhum Drummond,mas espero que gostem,inclusive da trilha sonora que é PERFEITA e SEXY...assim como a cantora,a incível Sade.

Logo volto meus queridos....


Sexo,só sexo

Sexo é o aquecer da pele

O eriçar dos pelos,

O corpo se arrebatando nas

Entrelinhas do prazer...

É cheiro de acidez

Que se transforma

Em coisa lúdica...

Lúdicos desejos

Que se dão no chão,

No mar,

Na lama

Na cama.

É poesia brusca,

Suja, amassada...

Desejo que ataca

Na hora absurda e

Inesperada...

é um breve momento

que se estende no infinito...

mundos que se criam na tinta branca

das quatro paredes de um quarto.

É troca,

É busca,

plenitude.

Amor em forma física...

Luxúria em cores vivas,

Nomes feios que acendem

O desejo...

Esta chama,

Este vício,

Este estopim de pecado

É sexo,é só sexo...

Aquele sem juízo,

Aquele que dá febre

O da procura contínua,

Do doce desejo insaciável

E sem fim....

...

...

...




sexta-feira, 21 de maio de 2010

MÚSICA BRASILEIRA,A MELHOR^^



Acho que entrei num daqueles momentos de ''falta de inspiração'' de novo....Já que é assim,durante este tempo,vou sempre trazer para o Horas Absurdas,artistas que são inspiradores,que fazem parte de minha vida. Pra começar,eu vou trazer a melhor música do mundo : a música brasileira. Que me desculpem aqueles que discordam,mas eu acho a nossa música a mais bonita,a mais repleta de emoção,única.E esses dias,estava assistindo um programa de tv (um dos poucos que eu digo ''GOSTO''),que é o ''Arquivo Record'' que passa na Record News e naquele dia,falava dos festivais da rede Record.E assistindo aqueles vídeos me deu um orgulho de ser brasileira como aqueles artistas....ver o povo ali,cantando as canções....é algo que me arrepiou e arrepia.Acho que nossa música é dotada de um encanto que...palavras não explicam (não as minhas ),as mais lindas letras que eu ouvi são brasileiras,assim como a maioria das ''músicas da minha vida''. Hoje quero mostrar a vocês,dois momentos que eu acho que são divinos e que me arrepiam : Primeiro,a campeã do festival de 1967,música de Edu Lobo chamada PONTEIO ,momento lindo,que só de ver eu choro...(imagina quem viveu aquela época!!) :

E por último,outro momento histórico deste mesmo festival,a magnífica DOMINGO NO PARQUE,de Gilberto Gil,que aqui canta com os maravilhosos MUTANTES. COISA FINA meus amigos!!


Espero que vocês tenham gostado^^ Logo mais eu volto, beijos a todos^^ ps>>votação do top blog rolando,votem em mim?????????

terça-feira, 11 de maio de 2010

''Foi poeta,sonhou e amou na vida ''


Há certos poetas que entraram em minha vida de uma forma eterna e com os quais vivo em eterno flerte.De tempos em tempos tenho a necessidade de ler Drummond,Vinícius,Mário Quintana,Fernando Pessoa entre tantos outros.Mas hoje quero citar um poeta em especial.... que como os outros,tenho a necessidade de visitar sempre....e agora é tempo dele, e quero dividir isso com vocês!
Trata-se de Manuel Antônio Alvares de Azevedo,que morreu bem jovem,aos 21 anos de idade.Ele faz parte da segunda geração romântica do Brasil,a chamada ultra-romântica,na qual os poetas são voltados para si mesmos,e suas poesias são cheias de pessimismo.Lembro-me que conheci a poesia de Álvares no colegial,e o que me chamou a atenção nele foram justamente o fato de ter morrido tão jovem e o peso de seus versos.Sua poesia é impregnada de desilusão e melancolia....e todas as vezes que eu leio me sinto tomada pelo peso de suas palavras,que ao mesmo tempo são muito fortes e de extrema beleza.Gosto por exemplo,da forma como o amor é tratado em sua poesia,ora com um que de desejo,ora com um que de medo....em certos poemas até de uma forma sensualíssima.
A obra de Álvares de Azevedo foi publicada somente após seu precoce falecimento e entre elas eu destaco a Lira dos vinte anos,Macário e Noite na taverna : leitura no mínimo embriagante.
Segue então minha favorita Álvares.....espero que apreciem,e caso não conheçam sua poesia,que possa ter apresentado de forma satisfatória^^

Logo mais eu volto meus queridos^^


SAUDADES

Foi por ti que num sonho de ventura
A flor da mocidade consumi...
E às primaveras disse adeus tão cedo
E na idade do amor envelheci!


Vinte anos! derramei-os gota a gota
Num abismo de dor e esquecimento...
De fogosas visões nutri meu peito...
Vinte anos!... sem viver um só momento!


Contudo, no passado uma esperança
Tanto amor e ventura prometia...
E uma virgem tão doce, tão divina,
Nos sonhos junto a mim adormecia!


...


Quando eu lia com ela... e no romance
Suspirava melhor ardente nota...
E Jocelyn sonhava com Laurence
Ou Werther se morria por Carlota...


Eu sentia a tremer e a transluzir-lhe
Nos olhos negros a alma inocentinha...
E uma furtiva lágrima rolando
Da face dela umedecer a minha!


E quantas vezes o luar tardio
Não viu nossos amores inocentes?
Não embalou-se da morena virgem
No suspirar, nos cânticos ardentes?


E quantas vezes não dormi sonhando
Eterno amor, eternas as venturas...
E que o céu ia abrir-se... e entre os anjos
Eu ia despertar em noites puras?


Foi esse o amor primeiro! requeimou-me
As artérias febris de juventude,
Acordou-me dos sonhos da existência
Na harmonia primeira do alaúde.


...


Meu Deus! e quantas eu amei... Contudo
Das noites voluptuosas da existência
Só restam-me saudades dessas horas
Que iluminou tua alma d'inocência.


Foram três noites só... três noites belas
De lua e de verão, no val saudoso...
Que eu pensava existir... sentindo o peito
Sobre teu coração morrer de gozo.


E por três noites padeci três anos,
Na vida cheia de saudade infinda...
Três anos de esperança e de martírio...
Três anos de sofrer - e espero ainda!


A ti se ergueram meus doridos versos,
Reflexos sem calor de um sol intenso,
Votei-os à imagem dos amores
Pra velá-la nos sonhos como incenso.


Eu sonhei tanto amor, tantas venturas,
Tantas noites de febre e d'esperança...
Mas hoje o coração parado e frio,
Do meu peito no túmulo descansa.


Pálida sombra dos amores santos!
Passa quando eu morrer no meu jazigo,
Ajoelha ao luar e entoa um canto...
Que lá na morte eu sonharei contigo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sobre a solidão em mim


Este texto foi escrito em um momento de solidão.Como eu não sei lidar direito com ela (e assumo),resolvi por em palavras minhas sensações sobre ela. Espero que gostem^^


Sobre a solidão em mim

Em fins de tarde como este , eu olho ao redor e tenho medo da solidão.Na verdade,estou tentando me enganar sentindo medo dela : ela está cá ao meu lado...posso sentir o vento gelado em meu rosto.

Antes do sol cair o dia foi de sol,folhas se balançando nas árvores ,cachorros andando nas ruas tranquilas e eu sentada,olhando tudo como uma atenta espectadora de mais um dia comum.

Senti vontade de rir das bobagens da vida,de coisas triviais como todos faziam .Mas tem dias que a solidão exige minha companhia e me prende ao se lado.Quando isso acontece nada faz muito sentido,e eu sinto que nem a mim pertenço....que não pertenço a ninguém.

A solidão é como uma serpente traiçoeira que insiste em ficar na espreita para quem sabe me dar o bote.As vezes a danada consegue.....Se enrola em mim,se apossa do meu corpo e me faz chorar,gemer de dor. E quando ela faz isso comigo eu me sinto entre a vida e a morte,mas meu desejo é estar viva.

Então o único analgésico que eu encontro ao meu lado são meu velho caderno e minha caneta,onde despejo todo o veneno que a solidão me trás.....e pouco a pouco ele vai se esvaindo, e eu, mesmo só sei que vou ficar melhor.







sábado, 1 de maio de 2010

Conclusões em um sábado de sol


Naquele sábado ensolarado peguei minha mochila e saí por aí, para acalmar a confusão que se fazia em minha mente.

Entrei numa biblioteca e sentei-me numa mesa quadrada , e lá comecei a me lembrar do dia que você não veio.Depois de tantos planos e quereres,lidar com o sentimento de frustração não foi nada fácil.Chorei baixo por horas a fio,sentindo em meu peito uma dor comparada ao vazio : algo grande e cheio de ecos,que faziam gritar horríveis vozes dentro de mim.

Lembrei de sua decepção por não me agradar ; por ter dado tudo errado ; pelo nosso esperado encontro que mais uma vez fora adiado. Lembrei-me de seu receio em relação a mim, de sua tentativa de me proteger de um suposto sofrimento,da raiva que eu senti por isso,e do pavor que senti de por alguma razão,perder você.

Solitária naquela mesa,com um livro de Clarice Lispector ao meu lado,pensei por um instante em largar tudo e desistir como uma covarde.

Qual,o que! Aquele foi um segundo de medo e fraqueza.Se por um lado nosso encontro foi adiado,por outro ele se faz presente todos os dias. E o que é o amor senão um sentimento que transcende a barreira do físico?

Nosso encontro se deu e se dá através de nossas almas.Percebo isso em cada pensamento que lhe é devotado,em cada vez que você me toca com gestos não- físicos: é lá que te vejo como um espelho,refletido em mim.

Não vejo razão em amar e desistir do amor por qualquer dificuldade.Isso faria com que o amor ficasse gratuito.

Abri o livro de Clarice,onde ela,numa belíssima crônica dizia que a salvação é correr riscos,pois sem eles a vida não vale a pena.Concordo com ela.

Se naquele momento de fraqueza eu desistisse, talvez deixasse de sentir o frisson da espera,a raiva pelo encontro que não se deu,o receio de perder você. Se naquele instante eu desistisse,a dor seria maior por não ter arriscado e ficado a mercê do destino,que poderia sim me reservar dor,ou extrema felicidade.

Saí daquela mesa convicta de ter optado corretamente por correr os riscos que nossa história oferece.

Lá fora ainda havia sol,que raiava com a promessa de futuros dias felizes ao seu lado.