domingo, 27 de fevereiro de 2011

Elisa Lucinda trouxe o frescor da poesia aos meus olhos



Olá queridos!

Para minha retomada do blog,que está de visual novo,resolvi vir recomendar a vocês um dos últimos livros que eu li e que me deu uma enorme satisfação e inquietação . Trata-se de EUTE AMO E SUAS ESTREIAS, da poetisa ,atriz e cantora capixaba ELISA LUCINDA.

Eu já conhecia seu trabalho de atriz e até já tinha ouvido algumas canções em sua voz, mas não me aproximei da poesia,talvez por medo do novo,visto que eu sou muito grudada à poetas já clássicos como Drummond,Vinícius,Florbela ou até mesmo o Álvares de Azevedo . Acontece que quando ,por mero acaso e alguma curiosidade peguei seu livro , um novo mundo se abriu frente aos meus olhos : me apaixonei pela sua forma tão direta e reta de falar de temas cotidianos . É gostoso notar também que sua poesia é permeada por um bom humor muito natural,assim como as certas doses de erotismo em certos poemas : tudo sutil e ao mesmo tempo à queima roupa . Uma delícia de leitura. Sua feminilidade é impressionante .

O fato é que após ler o livro e revisitá-lo algumas vezes, senti muita vontade de me abrir para o novo,pois afinal a poesia é como o tempo : ela não para; ela está em tudo o que se vê...basta ter olhos para enxergá-la e coração para sentir.

Fica aqui então minha recomendação de leitura.

Abaixo , deixo vocês com duas poesias de Elisa que eu adoro,uma delas declamada (ou estragada) por mim . Espero que gostem ...e que vocês tragam poesia para as suas vidas,pois ela se faz necessária.

Beijos da PRETAH!

Do príncipe ao sim

O homem que eu amo
veio de tanto eu pedir
mas quando parei de esperá-lo
veio quando eu ao depená-lo
do meu sonho receio,
permiti que em vez de início ou fim
ele no meio de mim
fosse só o meio.
Não meio no sentido tático
de jeito ou de modo.
Meio no sentido de durante
de enquanto
de presente.
Quando abandonei o título futuro
definitivo da eternidade
o rótulo azarento de garantia
no departamento de intimidade,
quando abandonei o desejo
de ressarcir aqui
o que perdi na antigüidade,
meu homem chegou cheio de saudade
ocupando inteiro
seu lugar de meio
sua inteira metade.




quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reprises sobre amor e sexo


Olá meus queridos.Após mais um longo tempo sem dar as caras por aqui,resolvi voltar trazendo duas reprises de poemas meus postados por aqui em 2010.Um tem como tema o amor,poema que fiz com o querido AKINS KINTÉ ,e o outro,sobre sexo eu fiz inspirado no livro O AMOR NATURAL, de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

Recordar é viver,não?! e viver com amor e sexo é bom demaais...então espero q curtam a reprise,meus caros.

Beijos da PRETAH!

O amor e seus segredos


O amor tem um que de dor.
um que de medo....
quem ama vive nesse limite,
na corda bamba da emoção.

Amor tem um que de samba,
um que louco de razão
nem dez nem vinte
desvendar de segredo,
loucura de fulgor...

Amor, doce da vida
bálsamo e veneno

uma dádiva,e sem dúvida
a dívida é a paga triste do sereno

Amor,desejo de pertencer,
de simplesmente ser.

E se o amor tem um que de medo,
tem que ter coragem
para enfrentar o dragão
do desafio

e se alma corre pro rio,
o rio do coraçao
há que se amargurar nessa doce e longa viagem
no mar do amor e seus segredos.

Joyce Domingos/Akins Kinté


SOBRE O SEXO

Sexo é o aquecer da pele

O eriçar dos pelos,

O corpo se arrebatando nas

Entrelinhas do prazer...

É cheiro de acidez

Que se transforma

Em coisa lúdica...

Lúdicos desejos

Que se dão no chão,

No mar,

Na lama

Na cama.

É poesia brusca,

Suja, amassada...

Desejo que ataca

Na hora absurda e

Inesperada...

é um breve momento

que se estende no infinito...

mundos que se criam na tinta branca

das quatro paredes de um quarto.

É troca,

É busca,

plenitude.

Amor em forma física...

Luxúria em cores vivas,

Nomes feios que acendem

O desejo...

Esta chama,

Este vício,

Este estopim de pecado

É sexo,é só sexo...

Aquele sem juízo,

Aquele que dá febre

O da procura contínua,

Do doce desejo insaciável

E sem fim....

...

...

...