É ao som de Caetano Veloso que inicio este post, depois de mais de um mês sem por aqui dar as caras.
Como todos sabem ,adoro me contar. Como escreveu
Drummond - de forma tão bela que sempre penso que é para mim e sobre mim -,
''preciso de todos''. Acontece que nos últimos meses fui tomada por um
sentimento não tão inédito assim, mas que em mim se manifestou como tal em sua intensidade,
o que me tem causado enorme estranheza: O ciúme.
No dicionário, entre outras definições, pode-se dizer que
ciúme é:
1. Inquietação mental
causada por suspeita ou receio de rivalidade no amor ou em outra aspiração.
2. Vigilância ansiosa ou suspeitosa nascida dessa
inquietação.
3. Ressentimento invejoso contra um rival ou suposto rival
mais eficiente ou mais bem-sucedido, ou contra o possessor de uma vantagem
material ou intelectual cobiçada''.
Dentro de mim não sei se é tão ao pé da letra como o pai dos
burros define. Talvez seja assim, mas de forma mais branda, ou mesmo seja uma
onda indesejável que vai e volta sem querer. O fato é que o danado apareceu em
mim depois de uma intuição que nem sei se era certa, e ao identificá-lo, fiquei muitíssimo envergonhada por senti-lo em mim.
Voltando ao meu querido Caetano Veloso, uma música em
especial é que me fez escrever essas palavras tortas sobre esse sentimento que
não gosto, mas vem me visitar às vezes. A música é justamente ''O ciúme''. Ele
diz em um dos versos da canção que '' O ciúme lançou sua flecha preta e acertou
no meio exato da garganta''. Se eu fosse definir tão estranho sentimento, o faria como Caê fez, pois é exatamente como vejo o ciúme : uma flecha
traiçoeira que nos acerta assim, meio de bobeira.
Uma das palavras que permeiam o ciúme, com certeza é
Tragédia. Digo isso com base em três exemplos da literatura. São eles: Otelo,
que através do ciúme teve seu triste fim nas mãos de Desdêmona; Bentinho, de
Dom Casmurro e sua Capitu e por último e não menos importante, o ciumento que
mais mexeu comigo, Paulo Honório, do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos.
Este último faz com que o ciúme culmine numa solidão devastadora, do tipo que ninguém
deseja.
O fato é que não gosto nada do ciúme. Há quem o ache até
''engraçadinho''. Para mim é mais uma forma de deixar as coisas nebulosas e
causar neuroses que muitas vezes são desnecessárias. Em outro verso da música,
Caetano diz sobre o ciúme que ''Tanta gente canta, tanta gente cala'‘, e
arremata dizendo que ''Sobre toda estrada, sobre toda sala paira, monstruosa, a
sombra do ciúme. '' É por isso que resolvi escrever sobre ele : Para gritar aos
quatro ventos que eu sou mais do que ele e quando ele teimar em aparecer, o
chutarei para um canto qualquer esquecido e de preferência FORA de mim.
4 comentários:
Pois eu tenho ciúme demais... =/ Ciúme dos meus pais, dos meus amigos, dos meus irmãos, de você... ciúme de quem até não tá nem aí pra mim.
troco ciúmes por saudades.
Pretahhhhh, eu já vivi momentos em que pensei que morreria por conta do meu ciume! Sério... do tipo doentio mesmo! MAs, os anos me trouxeram maturidade. Não sou mais a mesma de antes... isso foi bom!!! Adorei a postagem...
bjks JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...
Ciúme em demasia é mau, mas se
for só para espicaçar um pouco
a relação...
Venho desejar um Feliz 2013
Bj.
Irene Alves
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