sexta-feira, 13 de julho de 2012

Romântico é uma espécie em extinção?


Ontem, em mais uma de minhas inúmeras noites insones, minha amiga Flávia Oliveira me chamou no Facebook e me mostrou um vídeo, pedindo para que eu assistisse e dizendo que eu, como uma das últimas românticas do mundo, iria adorar. Tratava-se de um vídeo feito por um rapaz que foi a uma balada e se encantou por uma menina. Segundo ele, foi ''amor à primeira vista'‘, porém perdeu seu telefone. O vídeo era um apelo para encontrar a tal garota e chama-se ''perdi meu amor na balada''. Como esperado, eu achei muito fofo, e Flávia comentou que muitas pessoas classificaram a atitude do rapaz como ''ridícula''. Fiquei espantada com isso e Flavinha pediu então, que escrevesse a respeito.

Seu pedido é uma ordem, minha querida!

Tenho notado que cada vez mais o romantismo que eu tanto admiro e pratico está um tanto quanto escasso.

Sou admiradora do ultrarromantismo e adoro figuras passionais que colocam o amor acima de tudo e por ele travam uma busca incansável. No fundo, os admiro porque sou assim também: passional até o limite do limite. Reconheço porém, que tudo que é feito e sentido em demasia pode enjoar, como todos dizem. O cerne da questão e deste post é: em tempos como esse que vivemos, onde tudo é muito rápido e instantâneo, aonde foi parar o romantismo, ainda que de forma comedida?

Sinto que hoje em dia, devido à rapidez com que as coisas se movem, não há mais aquela coisa da CONQUISTA. Flertar em pleno 2012 muitas vezes se resume a uma cutucada no Facebook ou mesmo algumas cantadas que de tão baratas e sem criatividade, chegam a ser bizarras. Sinto falta de troca de olhares, de nervosismo, expectativa, uma certa timidez e sobretudo ,delicadeza.Saber que algumas pessoas acharam ridícula a atitude do rapaz que fez o vídeo que citei acima é só mais um reflexo de minha opinião: as pessoas ,especialmente os mais jovens,de modo geral não estão mais acostumadas a atitudes assim, dotadas de sensibilidade e de um certo arrebatamento. Sinto falta de ver nas pessoas aquele brilho no olhar e aquela vontade louca de se jogar. Ao que me parece, falta EMPOLGAÇÃO e disposição para arriscar. Tudo isso implica para que o romantismo vá diminuindo. Não há mais tanta vontade de se expor. Não há mais cartas de amor. Fernando pessoa diz que cartas de amor e palavras esdrúxulas são naturalmente ridículas. Será que as pessoas estão com medo de parecerem assim? Falta hoje em dia o medo de arriscar quando o que está em jogo é o coração.

Não quero aqui ser radical demais, nem bancar a romântica irracional, mas acho que realmente falta um quê de ternura e mistério nas relações em tempos tão modernos. Como escreveu Arthur da Távola, há que se ‘’buscar a criança própria e a do amado/a ‘’ e de vez em quando colocar ‘’intenções de quermesse ‘’ em nossos olhos e porque não ‘’beber licor de contos de fadas’’.

Acredito no amor e na necessidade de emoção. Há sentimentos na vida que não se explicam... Que só se sentem. Fazendo mais uma citação, Gilberto Gil diz que do luar não há nada a dizer a não ser que ‘’a gente PRECISA ver o luar’’. É isso! Para bons entendedores, uma bela citação basta!

Let’s Love!

Sejamos Românticos !