O encontrou pontualmente à hora combinada e sentaram-se para um café. Ali ,postos frente a frente, um jogo de olhares e palavras se iniciou. Ele, homem sedutor e independente, via minar suas palavras onde seus olhares se encontravam. De repente ele se via dividido em homem feito e um menino que não sabe o que fazer com suas emoções, tão enredado que ficou com os encantos daquela preta.
Não tardou e já estavam no sofá dele, tomando mais café e conversando numa proximidade perigosa e estimulante para quem aprecia jogos de sedução.
A quentura que exalavadaquela pele preta emanou um súbito furor naquele homem , que num rompante a tomou nos braços e a envolveu numa teia pela qual ela não quis nem tentar se retirar.
Em meio aos abraços seus , braços se perdiam e se buscavam com exuberância , e diante da força e do fogo daquela pele,o menino se perdeu de vez e deu lugar somente ao homem , que gigante de desejo a pegou com força e a invadiu,dilacerou ,domou e se perdeu naqueles fartos seios. Ele a domou sem pudor e sem medo de ser a revirou e amassou .No final de tudo,a única palavra com que ela conseguia se definir ,e no sentido mais feroz da palavra,era MULHER .
Olá amores meus, Finalmente ,depois de mais de um mês ausente eu resolvi dar as caras por aqui.Estava com muita saudade de todos e prometo visitar um a um,ok?!
Para minha volta eu escolhi umas besteiras que escrevi ontem....um textinho bem simples,mas feito de todo meu coração.Espero que gostem,inclusive da trilha sonora que está de matar!
Voltei para ficar,pessoal!
beijos da Pretah! ♥
PAIXÃO
Numa de nossas inúmeras conversas noturnas ele me perguntou o que era a paixão.
A surpresa daquela pergunta me tomou de assalto ,tirou-me o ar.Para mim havia um vasto abismo entre explanar sentimentos e apenas e tão somente senti-los. Protelei a resposta enquanto ele brincava comigo ,cronometrando no relógio os segundos que eu tinha para definir tão misteriosa palavra.E então,entre risos e prazos esgotados notei a minha resposta ali,frente aos olhos meus, reluzindo sua brilhante presença em mim.
Notei que paixão era tudo o que eu por ele eu sentia. Ela estava em tudoo que ele representava para mim : desde os olhos castanhos cheios de vida até a forma como fazia piadas que me irritavam e me causavam altas gargalhadas, aquelasde fazer a barriga ficar dolorida.
Tudo nele cheirava a um doce mistério, e até quando ele me dizia ser um ator eu queria desvendar cada faceta para achar uma que se assemelhasse comigo.
A paixão estava ali na vontade de sabê-lo por completo e depois fazer o caminho inverso só para conhecê-lo de novo .Fogo aceso,poesia viva,tudo isso me remetia a ele,se traduzia em paixão e dela não havia como fugir.
Talvez o choque que a pergunta me causou tenha vindo do fato de não ter palavras para definir com precisão estas seis letrinhas , mas o fato é a tal da paixão já estava em mim , num delicioso e irreversível caminho.
Oi pessoal!! Estou de volta depois de longo silêncio,e com um texto que fiz ao som de Chico Buarque . Espero que vocês leiam,comentem e gostem ♥
Já era madrugada e seu celular ainda não havia tocado.
Todo fim de noite recebia um telefonema que a ajudava a dormir melhor. Era o guri quetinha a lua no nome.
Levantou-se da cama na qual já rolava de um lado para o outro há horas e foi até a cozinha tomar um café.Cada gole descia amargo , e nada do sono aparecer. Decidiu então sair de casa do jeito que estava ; vestindo uma camisola branca e com os cabelos desgrenhados. Apanhou o carro , e antes de dar a partida enviou um sms com apenas duas palavras : ‘’estou chegando’’.
Enquanto dirigiao vento gelado batia em seu rosto e ela sentia o chamado da lua... a mesma que fazia parte do nome dele.
Depois de meia hora ao volante ,estacionou em frente ao seu portão.Como já tinha as chaves,abriu a porta e lá ele estava de pé no corredor , com uma xícara de café nas mãos e ‘’Joana francesa’’ tocando ao fundo no rádio.
Sorveu um longo gole da bebida e pousando a xícara na mesinha de centro da sala ,foi ao encontro dela e seus braços envolveram suacintura.
Naquele momento foi como se tudo ficasse de cabeça para baixo.Ela olhava seus olhos castanhos e brilhantes,cheios como a lua que lá fora brilhava e dentro de seus olhos viajava eras e erasem silêncio...enquanto como brasa os braços dele , que já a envolviam, se estreitavam num abraço urgente cheio de ternurae pressa de estar perto.
Nada mais cabia ali de tão gigantes que se sentiam um para o outro . Estavam enfeitiçados,tal qual lua e mar quando se encontram ....falaram de sonhos e mentiras, medos ,acertos ....não viram as horas passarem pois afinal, elas não existiam .
De tanto falar e falar as forças foram se esvaindo e ela dormiu feliz ali,nos braços dele... gemendo baixinho de loucura e de torpor.
Acabei de escrever este texto....espero que gostem e aproveitem a música que muito me ajudou a escrever :)
REENCONTRO
Em uma sexta-feira ensolarada ela ia andando pela avenida principal de seu bairro para resolver alguns problemas cotidianos. Foi ao banco,pagou algumas contas e depois de tudo resolvido desacelerou o passo para aproveitar a caminhada e os raios de sol que iluminavam seu corpo moreno.
Tudo parecia muito agradável: o vento antes forte e levantando poeira dera uma tréguae as pessoas passavam rindo; Crianças brincavam e se sujavam com seus picolés.Típico dia de sexta,prenúncio de um bom fim de semana.
Quando parou para atravessar a rua virou-se para a direita e levou um susto que fez seu coração congelar por um segundo.Reconheceu por trás do insulfilm escuro de um carro prateado as feições daquela que foi (?) a sua maior paixão.Os dreads permaneciam iguais,assim como o óculos escuro,que era ainda aquele habitual....o carro permanecia igual,a única diferença é que agora eles eram estranhos olhando entre si.
Ele a reconheceu e baixou o vidro do carro.Quando seus olhos se encontraram ela sentiu um misto de surpresa com uma enorme vontade de poder voltar no tempo e sentir toda a felicidade outrora sentiu com ele.Se sentiu de fatocomo dentro de um filme sendo rebobinado : sorrisos,tardes no parque,passeios de mãos dadas, ligações de saudade madrugadas adentro ...tudo retornou com rapidez, e da mesma forma o filme retornou para o tempo presente,revelando que os meses de distância não trataram de apagar aquele sentimento que ela teimava em dizer para si que era finito.
Num repente de tristeza ou mesmo de descrença no que estava acontecendo,se virou rapidamente na direção contrária e só ouviu o carro dele cantando pneus na avenida reta....sumiu entre os outros carros e ela seguiu seu caminho,com a impressão de que aquele momento não mais se repetiria e duas lágrimas rolando de seu rosto e caindo sob o asfalto quente.
...E O MEU CORAÇÃO EMBORA FINJA FAZER MIL VIAGENS FICA BATENDO PARADO NAQUELA ESTAÇÃO ♪♫
Vim pedir um pouco de paciência comigo.....Ando numa tremenda falta de inspiração essas últimas semanas,mas em breve eu volto....e aos poucos vou visitando cada cantinho que me ausentei nesse quase um mês....
...Estou entre filmes ,livros,ideias,anseios sem fim.....cabeça lotada de pensamentos.....me sentindo um mistério para mim ...tentando me desvendar um pouco mais....mas não quero que me abandonem,leitores queridos!
Deixo vocês com um conto da Clarice (sempre Clarice Lispector),que eu tenho lido bastante e me emocionado,porque me vejo muito nele....e também com a música do los hermanos que me remete ao texto e também a mim e a minha enorme confusão.
LOGO VOLTO COM UM TEXTO INÉDITO.....desculpem a demora,um beijo enorme ♥
RESTOS DE CARNAVAL
Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz. E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim. Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice. Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com os quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira. Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma. Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de algum modo vestidas - àidéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria! Quando ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola. Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa. Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava. Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria. Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.
DEIXA EU BRINCAR DE SER FELIZ, DEIXA EU PINTAR O MEU NARIZ?♪♫
Não é segredo para ninguém minha paixão por Djavan. Hoje quero recomendar para vocês o novo e surpreendente trabalho desse alagoano maravilhoso e de musicalidade ímpar. Após mais de 3 décadas de carreira,Djavan está lançando um álbum inteiramente de intérprete. Ele declarou que sempre foi de seu desejo gravar um álbum com canções de artistas que ele admira,canções que fazem parte de sua história...e que,este momento de sua vida é perfeito para este álbum,chamado ÁRIA ,até porque ele queria dar um tempo das composições. Um cd impecável e surpreendente,com um repertório que passa por Cartola,Chico Buarque,Vinícius e Tom,entre outros;Todas as canções ganharam roupagem nova,sofisticada...em suma,versões DJAVANEADAS . Estou viciada neste disco,e a impressão que me dá ao ouvir é de extrema elegência e requinte....Após trabalhos maravilhosos como Vaidade,Matizes,Milagreiro ou mesmo os clássicos como Luz,Oceano,Alumbramento,Djavan continua a surpreender e se superar...
Se fosse vocês,iria correndo conhecer este trabalho novo dele...eu recomendo....VALE A PENA!
Como foi difícil escolher uma única música,escolhi minhas 2 preferidas de ÁRIA para vocês se deliciarem : a primeira, a partir da forte influência de jazz presente no trabalho de Djavan,uma versão deliciosa do clássico absoluto FLY ME TO THE MOON, e depois uma que,segundo ele,foi um desafio,pois ficou bem diferente e é um mega sucesso de Gilberto Gil,PALCO.
espero que tenham gostado....e lembrando Caetano Veloso, NÃO DESPERDICEMOS OS BLUES DO DJAVAN!
Para começar bem o fim de semana,vou reprisar um texto antigo meu,postado originalmente em dezembro de 2008.Desta vez,só pra instigar um pouco mais,vou reprisar o texto junto com uma trilha sonora mais que especial....espero que vcs apreciem.....
ENCONTRO INESPERADO
Ele veio do inesperado...um ilustre desconhecido que me causou imensa curiosidade.
No começo permaneci invisível,pois achei que seria uma simples brincadeira.Mas para minha surpresa,o jogo virou....
Se do inesperado ele surgiu,inesperadamente ele me pegou...
Eu ainda lembro como foi:
Um quarto semi-iluminado,com uma mesa redonda,sofá de canto,muitas velas e um perfume amadeirado.Ele me convidou para sentar,me ofereceu uma taça do melhor vinho.
Conversou comigo sobre artes e sobre a vida em geral,e foi se aproximando....cada passo que ele dava me fazia corar....em pensamento clamava cada vez mais por mais um passo.Quando chegou a meio metro de mim,colocou a taça sobre a mesa e pousou sua mão em meu vestido....acariciando minhas pernas.....com o susto,meu coração que não parava de bater forte,desparou de vez.
Ficamos em silêncio por um instante,só com Barry White ao fundo fazendo a trilha sonora com sua voz quente,preenchendo todos os espaços vagos.
Ele rompeu o silêncio chegando ao meu ouvido e me contando segredos que eu não ousaria escrever aqui.E foram muitos segredos.....muito vinho tinto....Num abraço fortíssimo,ele colou seu corpo no meu,me sufocando com um beijo que me fez voar até o céu.Me beijava e me puxava os cabelos....e como que seguindo as pistas de um mapa,suas mãos percorreram todo o meu corpo.
Em instantes não resisti:sucumbi ao meu desejo,como um vulcão eu entrei em erupção!
Horas e horas depois,nada mais restou além de taças derrubadas,corpos exaustos e segredos ao chão.
Sim,no começo foi brincadeira,e a brincadeira me tomou por completo....fiquei a mercê de um desejo sem fim,e agora busco o que não tenho em mãos,o que se tornou invisível aos meus olhos como um sonho bom.
Sonho ou delírio????????
Não sei....só sei que foi inesperavelmente inesquecível.
Parece que foi ontem que eu,sem nada para fazer tive um estalo e disse ''vou fazer um blog!''.É pessoal,essa semana faz 2 anos que eu criei oHORAS ABSURDAS....Então quero novamente agradecer a vocês que com enorme paciência me leem há tanto tempo....eu mesma não pensava que este blog fosse durar tanto!Fico imensamente grata com cada visita,cada elogio,cada crítica que recebo por aqui....Este blog tem a intenção de ser a extensão da minha vida...tudo que eu vivo eu posto aqui ...desde meus gostos,minhas alegrias,meus dissabores,meus amores,minhas manhas e manias...tudo está aqui no horas! E por isso eu sempre falo que quem me lê,me conhece pelo menos um pouco....Podem ter certeza que este espaço me dá uma norme satisfação e enorme crescimento pessoal!Obrigada a todos vcs,meus queridos leitores ♥ Meu coração é de vocês também!Deixo meu enorme beijo a vocês, e espero que mais anos venham,e que vocês estejam próximos a mim!Pra fechar a postagem,que tal Fernando Pessoa?!Já que este blog tem este nome por causa dele,nada melhor que ele pra encerrar,né?!logo mais volto,bjs ♥
''chove ouro baço,mas não lá fora....é em mim eu sou a hora...e a hora é de assombros e toda toda ela escombros dela....''
Vira e mexe ,Clarice Lispector volta a rondar minha vida.Sinto uma louca necessidade de ler Clarice,devorá-la,tentar entendê-la.É como se através dela fosse feita uma ponte até mim....o mais profundo de mim.....Escolhi para postar hoje um texto que tenho lido bastante ,e que me traduz bastante.....Para acompanhar Clarice,minha diva Billie Holiday,com a igualmente bela Lover man.Espero que apreciem....Logo,logo volto :)
O IMPULSO
Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los.Há um perigo:se reflito demais,deixo de agir.E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido.Estou num impasse.Quero melhorar e não sei como.Sob o impacto de um impluso,já fiz bem a algumas pessoas.E,às vezes ,ter sido implusiva me machuca muito.E mais: nem sempre os impulsos são de boa origem.Vêm,por exemplo,da cólera.Essa cólera às vezesdeveria ser desprezada;outras,como me disse uma amiga a meu espeito,são cólera sagrada.As vezes minha bondade é fraqueza,as vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma.As vezes restringir o implulso me anula e me deprime;as vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna.Que farei então?Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.Clarice Lispector
Escrevi este texto ontem,e estou insegura quanto a ele,como sempre fico,rs....Aguardo a opinião de vocês...e espero que gostem...inclusive da música,que é uma delícia ^^ Beijooss...logo volto ♥
DESCOBERTA
Numa noite insone como tantas outras ela sentiu uma estranha inquietação.
Alternando doses de uísque e cigarros sabor cereja, ia de janela em janela na sua casa,constatando uma enorme carência que fazia arder em sua pele.
Acendeu outro cigarro, e bebericando mais um gole da bebida, seu pensamento viajou para uma atmosfera de muitas fantasias.Se olhou num enorme espelho e viu diante de si uma mulher reprimida,mas ainda assim,linda...cheia de encantos.
Um pouco zonza e talvez encorajada pelo efeito entorpecente das várias doses que tomou, se desnudou ali mesmo ,em frente de si,e o vento que ali bateu a faz arrepiar.
No compasso do r&b que tocava em som ambiente, ela fechou seus olhos e começou uma dança onde ela era sua própria partner.Concentrada na sensualidade daquele som,entrou num ritmo que até então desconhecia:era o ritmo do seu corpo,que respondia positivamente a cada estímulo dado por si de forma intensa,gostosa.
Eram quadris, coxas,pés,seios e cheiros numa dança só....um fluxo crescente.
O ar esquentou... as batidas do r&b também...Entre o clímax do som e as doses de uísque e as fantasias que tomou,ela gozou de um prazer diferente e intenso:era um prazer pessoal...que dependia de seu próprio corpo para acontecer....prazer singular e dela...somente dela!
Foi dormir no meio daquela madrugada, desta vez tranqüila e com um sentimento de enorme liberdade e consciência que enfim se pertencia.
Ontem eu finalmente tive um rompante de inspiração e escrevi algumas linhas tortas que vou dividir com vocês agora....Como sempre,espero que gostem e comentem....
Meu beijo a todos,logo volto^^
CORAÇÃO MAQUIADO
Entre milhares de bobagens que rabisco em folhas avulsas, seu nome aparece de mansinho, como que conduzindo a minha mão a escrevê-lo. Quando isso acontece,aquela dor tão familiarme invade de novo,como rotineiramente invade e eu tento esconder.
Chega uma hora em que não dá mais pra mentir, e caio do meu castelo quando espio de longe sua vida seguindo cada vez mais e mais feliz... e cada dia mais distante da minha,que ainda está secretamente entrelaçada a sua .Entre risos e canções que escuto,tento maquiar o massacre do meu coração e seguir por minhas pernas; por minha vontade,num egoísmo necessário pra seguir em frente ficar tranqüila....Mas há horas que as mentiras não se sustentam,que o coração grita para bater como quer,e não mais controlado,apertado,num compasso errado....Então,como agora eu choro essas palavras no papel.....
Amanhã tudo estará bem....vou maquiando minha dor,até ela passar.
Meu coração de criança Não é só a lembrança De um vulto feliz de mulher...
Ainda com aquela minha crise de inspiração que venho enfrentando há mais de um mês,olhei minha velha prateleira de dvd's e encontrei um filme no mínimo inspirador,e por isso resolvi então falar dele para vocês.
A cor púrpura, de 1985, foi o primeiro filme de Steven Spielberg pelo qual me apaixonei verdadeiramente.Antes desse filme ,Steven já havia lançado clássicos como Poltergeist, Contatos imediatos do terceiro grau,Tubarão e E.T, mas acho que neste filme ele deixou um pouco de lado a fantasia e os efeitos especiais e fez um filme com os dois pés na realidade...nos dramas de verdade,os quais qualquer um pode passar.
A história se passa na Geórgia entre 1906 até a década de 40 e gira em torno da personagem Celie ,que ainda na adolescência é violentada pelo pai,com quem tem duas crianças.Além de ficar estéril ,Célie é separada dos filhos logo no nascimento , além de também se separar de sua irmã Nettie, única pessoa que a ama verdadeiramente. Célie é doada ,sim,DOADAa Mister,um fazendeiro viúvo amargo,autoritário e cheio de filhos,que a trata ao mesmo tempo como companheira e escrava,na maior parte do tempo.Muito do amargor de Mister (interpretado magnificamente por Danny Glover),vem da paixão que ele nutre por Shug Avery,uma voluptuosa cantora de blues,que no decorrer do filme desenvolve com Celie uma amizade muito forte. Com o passar dos anos,desde a separação de Nettie,Celie que já é muito calada vai ficando cada vez mais solitária...e ela expõe essa solidão em cartas destinadas a Deus e a irmã,que é missionária na África.Á medida que sua amizade com Shug vai aumentando , Celie vai ganhando forças e tendo dimensão de quem é,da importância que tem,e isso é crucial para que ela adquira coragem para se livrar das humilhações que sofre ao lado de Mister e aprender que apesar de ‘’feia,preta e pobre’’(palavras de Mister em relação a Celie),ela está viva,e isso basta para se ter esperança.
Um filme que retrata a crueldade humana,assim como a solidão e o preconceito-tanto de sexo,como de cor, mas muito além disso,Spilberg mostrou neste filme valores comoa amizade, a gratidão,o respeito e o perdão....pois como disse Shug numa das cenas mais tocantes do filme ‘’até os pecadores tem uma alma’’.É necessário ressaltar aqui queo coração do filme é sim a personagem Celie que foi a estreia de Whoopi Goldberg nos cinemas.Ela,até então uma desconhecida atriz de teatro ,soube fazer uma Celietotalmente transparente em suas emoções: tanto em sua solidão,quanto em seu sorriso ...tão inocente e puro que chega a ser infantil.Melhor estreia,impossível.Vale destacar também as atuações de Danny Glover,e prestar atenção na mudança que ocorre no personagem Mister,que apesar de tanta brutalidade,no fim do filme mostra que também tem humanidade...e também na personagem Sofia,esposa de Harpo,um dos filhos de Mister,que é interpretada magnificamente por Opra Winfrey (ela mesma,a Oprah).
Sem contar que a trilha sonora (que colabora muitíssimo para a emoção da história) é de Quincy Jones,então posso dizer que é impecável!
A cor púrpura é uma história humana, com pessoas de verdade...sem efeitos pirotécnicos e naves espaciais (nada contra) ,um filme que vale a pena ser visto ,pois emociona e mexe com os corações de quem assiste.
O filme recebeu 11 indicações ao Oscar mas infelizmente não levou nenhum.Concorreu inclusive com melhor canção original,e é com esta canção ''miss Celie's blues '' que encerro,emocionada ,esta minha postagem...uma das cenas mais bonitas do filme...espero que quem já viu,relembre...e quem não viu veja...VALE A PENA!
Pessoal,enquanto minha crise criativa continua,eu deixo vocês com poesia da boa.Desta vez,apresento uma bela poesia de meu querido AKINS KINTÉ,um poeta contemporâneo como poucos...que como ele mesmo diz, ''nos momentos vagos briga,delicia e enamora as palavras''.E como ele enamora as palavras!Akins é lindo,e seu talento é notável^^ Pra quem quiser ler um pouco mais de seus poemas,ou conhecer o trabalho dele, entre em http://akinskinte.blogspot.com/ ou http://recantodasletras.uol.com.br/.
O poema escolhido é conhecido meu há tempos...a música foi escolhida por ele para estar aqui....
Espero que gostem....Logo volto ^^
VITROLA
Nem que o disco caia e a perna treme musica é o que geme sol sem sua saia
nem que pare o disco e você me olhe teu caldo que me molhe fustigo, aperto, belisco
louco de desejo Gal Costa vigia essa louca magia desse louco beijo
nois dois na nudez caetano cantarola na velha vitrola um só de nois se fez
num doce anseio em cima do vinil aqui se ve, no que se ouviu perna. anca. sussuro, seio
essa preta que me beije orgasme e festeje nem que Chico me inveje nem que minhas pernas fraqueje
olhar sacana do Cazuza e a pretinha atiça bule nem que o disco pule ela brinca, devora, lambuza
nosso amor que se derrame na entranha, lirio, risco esse nosso disco o fulgor da chama chame.
Hoje vou fazer como há tempos não fazia,e reprisarei um de meus textos...o escolhido foi postado há um ano...em julho de 2009...e hoje,junto com a reprise,uma música que acho que combina com o texto...do Portishead,banda que eu amo.Espero que vocês gostem....beijos a todos ^^
OVERDOSE
Os sentimentos se misturam em mim. Novamente você é meu tema preferido, a razão de eu estar aqui escrevendo. Ver você só faz atormentar minha mente; É como assinar um atestado de insanidade. Ver você acaba comigo, me sinto dependente de uma droga pesada da qual não consigo libertar-me. Sua energia me paralisa, mexe com meu humor, altera a minha fala, meu andar, os meus sentidos... faz minha pele corar..... E eu me pergunto o porque de tudo isso.Mas é em vão! Uma vez que vejo você já sofro abstinência, já te quero ter, tocar, amar... Mas eu não posso. Só tenho a mim e ao meu desejo violento de querer-te,de conseguir ao menos uma dose real de você;Viver uma simbiose de ti. Toda noite quando me vejo só,a uma estranha fraqueza toma conta de mim,e num rompante de loucura e estupidez minhas sensações se misturam à minha lembrança de seus lábios,seu cheiro e sua voz.....E já não posso evitar:me entrego a overdose que você me traz ,me sinto entorpecida,frustrada...e tudo o que posso esperar é por uma próxima dose.
Passando por aqui para postar um poema que me é muito,muito especial e pertinemte neste momento.O poema é do Juliano Beck, do blog http://nasentrelinguas.blogspot.com/
Obrigado Juliano,por me deixar usa-lo ^^
A canção é da Tiê,e acho que não preciso dizer mais nada.....
Espero que gostem...e logo volto,quem sabe com a inspiração que ainda anda em falta^^
CONSIDERAÇÕES SOBRE RELACIONAMENTOS:
acabar dói, pois leva ponto. prosseguir dói 3x + = te ver mais! se não entendeu de pois te do (is) pontos de fuga: afinal tudo finda n'algum ou outro ponto (de vista)
Estou mais uma vez lendo meu poeta de cabeceira,Carlos Drummond de Andrade,que escreve com aquela simplicidade de todo bom mineiro...uma simplicidade que arrebata aqueles que conseguem sentir o impácto de sua poesia.Enquanto a inspiração teima em não me valer,deixo vocês com dois poemas do maravilhoso livro Corpo,que estou revisitando esses dias.Ah,pro pessoal de SAMPA,tenho uma ótima dica : A mostra SHOÁ- reflxões por um mundo mais tolerante está até o dia 04/07/10 no sesc pompéia^^ Exposição sobre o Holocausto judaico, ocorrido na Segunda Guerra Mundial sob o regime nazista de Adolf Hitler, que conta com recursos audiovisuais interativos para apresentar acontecimentos históricos relacionados ao tema e abordar questões como coexistência e direitos humanos. Eu vi e recomendo muitíssimo^^ Informações nohttp://www.sescsp.org.br/sesc/
HORA DO CANSAÇO
As coisas que amamos, as pessoas que amamos são eternas até certo ponto. Duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca, dar-lhes moldura de granito. De outra matéria se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos, e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário, de aspirar a resina do eterno. Já não pretendemos que sejam imperecíveis. Restituímos cada ser e coisa à condição precária, rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gozo acre na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
ASPIRAÇÃO Tão imperfeitas, nossas maneiras de amar. Quando alcançaremos o limite, o ápice de perfeição, que é nunca mais morrer, nunca mais viver duas vidas em uma, e só o amor governe todo além, todo fora de nós mesmos? O absoluto amor, revel à condição de carne e alma.
Amo os detalhes da vida, choro até em comercial de margarina, se este me tocar. Curto Chaves, desenhos animados, comidas radioativas e Woody Allen. Sou uma salada mista. Meu eu tem muitos eus.